Por: Isabel C. S. Vargas
Já mencionei
minha opinião à cerca da influência que a televisão exerce na vida das
pessoas, a ponto de torná-las escravas de horários, de programas, de
emissoras, das mensagens diretas ou camufladas (subliminares) emitidas
nos comerciais e até mesmo no desenrolar das novelas, de modo que nem
percebem que aquilo está sendo absorvido, pela forma sutil (às vezes nem
tanto) que são inseridas. Em decorrência deixam de ter maior
convivência, mais entrosamento, momentos de diálogo e de interação com
os demais membros da família.
Antigamente,
toda a família reunia-se na sala para assistir televisão. Hoje,
adultos, adolescentes e crianças têm aparelho nos respectivos quartos, o
que favorece o distanciamento, cada um assistindo o que lhe interessa,
sendo que muitas vezes assistem programas inadequados para a idade,
absorvendo conteúdos de programas violentos, impróprios para a idade e
consequentemente para seu grau de amadurecimento.
O
diálogo torna-se raro, a influência positiva que deveria ser
transmitida no convívio familiar torna-se escassa, sendo suprida de
forma errônea pelos programas de televisão, no geral sem cunho
educativo, formando conceitos distorcidos, transmitindo valores falsos,
além de habituar a quem assiste às situações violentas, absurdas
(agressão, morte, espancamento, estupro, discriminação, furtos, roubos,
seqüestros, extorções, corrupção, estelionato e uma gama enorme de
condutas tipificadas no Código Penal) de forma que assim acaba ocorrendo
o fenômeno denominado psicoadaptação, no qual o indivíduo já não reage
mais frente à ocorrência dos mesmos, porque eles se tornaram habituais,
estão inseridos no cotidiano de todos.
A
substituição do hábito da leitura - no qual cada um dá asas à fantasia e
produz a imagem que lhe parece representar o que está lendo,
desenvolvendo desta forma a imaginação - pela imagem pronta recebida
através da televisão ou mesmo do computador, empobreceu a fantasia, o
sonho a imaginação de cada um, assim como o vocabulário e o diálogo.
Muitas vezes ocorre de compararmos a leitura de determinado livro, com o
respectivo filme e verificarmos que o livro parece sempre melhor, mais
completo que o filme, isto porque a imagem substitui muito do livro além
de ser passada da forma que é interpretada, entendida pelo diretor e
transmitida pelo ator, não correspondendo ao imaginado no desenrolar da
leitura.
Por
tudo isto creio que a criança parece crescer rápido demais, perdendo
muito cedo o doce sabor da ilusão, da fantasia, da pureza, da
ingenuidade, pela forte influência da mídia; o jovem torna-se descrente
de certos valores que podem lhe parecer ultrapassados, pelo que está
faltando ser passado pela família e frente às “verdades” ou realidade
que lhe é transmitida pela televisão, de maneira muito forte; o adulto
sente-se frustrado pela impotência de enfrentar um concorrente tão
poderoso e que ao invés disto deveria ser um auxiliar na educação dos
filhos; o idoso fica totalmente fora deste contexto, tão distanciado de
tudo aquilo que vivenciou no passado e que se processa numa velocidade
acentuada, num ritmo diferente daquele que a idade lhe permite
acompanhar, entender e absorver.
A
leitura, a televisão, o computador, a internet, todos os avanços
tecnológicos são ótimos, devem ser valorizados, mas não podemos
cultuá-los como se fossem mais importantes que os seres humanos e os
relacionamentos.
É
importante usá-los com discernimento e colocá-los a serviço da evolução
do ser humano e de uma convivência melhor e mais fraterna.Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com
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