Por: Saulo Maurício Silva Lobo
LAN house, cyber café, e-mails, Orkut®, MSN®, MORPG's, Skype®, Power
scrap®... Nunca antes o brasileiro foi tão familiarizado a tantas
palavras estrangeiras. O que possibilita isso é a informática e a
Internet na era da globalização. É já fato conhecido que esta forma de
intercâmbio de informações – a Internet – chegou para ficar.
E as estatísticas mostram que, apesar de estar entre os países com maior
índice de desigualdade social e de ter IDH's (Índice de desenvolvimento
humano – indicador que procura avaliar diversos aspectos,
características e fatores da qualidade de vida de determinada população)
baixíssimos em seu território, o Brasil está entre os primeiros no
ranking Latino Americano de acesso e uso da Internet.
Se já não mais se pode ignorar que ela está aí e é bastante utilizada,
cabe ainda nos perguntar o quanto, como e por quais brasileiros é feito
esse uso. Bem como, como é a relação dos jovens, que representam a fatia
maior de usuários e os quais são não apenas o futuro como também o
presente de um povo, com essa “nova” forma de comunicação.
A Internet oferece uma gama de possibilidades que vai do lazer e
pesquisa escolar à interligação das redes terroristas. Portanto, o
usuário faz a todo instante escolhas a respeito de quais conteúdos são
acessados e quais não são. Num país em que mais da metade da população
já teve pelo menos alguma vez o acesso à Internet via computador, e que a
maior parte dos que se conectam com freqüência gasta diariamente 1h a
5h, a relevância dessas escolhas e dos critérios que as definem não pode
ser ignorada.
É isso que não vai permitir responder a questões como: a Internet é boa
ou ruim em si mesma? Ou ainda: ela é neutra? O quanto? Que conseqüências
ela traz para os jovens?
Escrever cartas não é uma atividade fora de moda ou menos prazerosa com o
advento da Internet. Contudo, é inegável o benefício da praticidade e
da velocidade com que podemos trocar e-mails. O telefone não precisa ser
substituído, mas também é muito bom que se consiga matar saudades não
apenas pela voz, como vendo também o ente querido, coisa que conexão à
Internet e uma webcam resolvem para nós. Quando o assunto é lazer, basta
constatar a proliferação das LAN Houses, cyber cafe's, blogs, flogs,
sites de relacionamento entre outras coisas para perceber que também aí a
rede mundial de computadores tem sua parcela gorda de contribuição.
Estatísticas revelam que, entre os brasileiros de 16 a 24 anos, são “os
assuntos particulares e pessoais” que lideram o ranking dos propósitos
do uso, e que a troca de e-mails é seguida pela troca de mensagens
instantâneas (com os programas adequados), participação em sites de
relacionamento, listas de discussões e fóruns, criação e atualização de
blogs e afins e, por último, ligações telefônicas e vídeo conferências
via Internet.
Até sexo virtual já foi inventado nas salas de bate-papo da Rede; “sexo
seguro”, dizem os praticantes. Aliás, nos sites de busca, o pornografia
está, senão no topo, bem próximo a ele, no que tange aos assuntos
pesquisados. O que confirma a estatística de os “assuntos particulares”
liderarem o ranking. Só de pois é que vêm as pesquisas escolares, as
atividades remuneradas e profissionais e, por último, as de
voluntariado.
Como já foi acenado, praticamente de tudo é possível encontrar no mundo
virtual. Por isso, também há a polêmica pirataria (e de toda espécie),
prostituição, tráfico de drogas, violência, conferências de grupos
neonazistas, terroristas e afins. Basta lembrar, por exemplo,
comunidades do Orkut® cuja atividade principal é rivalizar com outro
grupos ou “tribos urbanas” e acertar encontros em Shopping's para
deliberadamente promoverem a violência mútua. No meio de tudo isso está
quem? Isso mesmo, o jovem! Geralmente da classe média, mas não só.
Diante dessa realidade ambivalente seria no mínimo imprudente sentenciar
que a Internet seja boa ou demoníaca, para o jovem ou para quem quer
que seja. Deve-se, portanto, ter em mente que, como a fissão nuclear,
importantíssima para o entendimento maior sobre a estrutura básica da
matéria e a produção de energia, mas que foi utilizada posteriormente
para Hiroshima e Nagasaki, a Internet não veio do céu ou do inferno, mas
da inteligência do ser humano. É, pois, no coração e na consciência do
ser humano que residirá a solução do impasse.
Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com
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